MADRI, 4 de mar de 2013 às 07:30
O Bispo de Córdoba (Espanha), Dom Demetrio Fernández, exortou os fiéis a aproveitar a Quaresma para a conversão pessoal, porque embora a paciência de Deus seja infinita, o tempo se acaba.
"A conversão é possível em nossa vida graças à paciência de Deus conosco", explicou o Prelado em sua última carta enviada ao grupo ACI.
Dom Fernández afirmou que assim como na parábola da figueira estéril, "a misericórdia de Deus tem uma paciência sem limite com cada um de nós, esperando a que demos fruto (…), mas nosso tempo se acaba, e por isso urge" a conversão para não perecer da mesma maneira que a figueira.
Nesse sentido, explicou que "a conversão não é fruto somente de nosso esforço, pois nossas forças são escassas e o objetivo é desproporcional à nossa capacidade".
"Chegar a ser filhos de Deus em plenitude, chegar à santidade que Deus oferece não pode ser fruto de nosso esforço. A conversão é acima de tudo graça de Deus, e a quaresma está cheia de tais graças que nos movem a mudar", afirmou.
Por isso convidou a aproveitar este tempo privilegiado "para esperar a mudança radical de nossa vida" e de outras pessoas conhecidas ou desconhecidas, "pelas que intercedemos, como o vinhador, com o compromisso de cuidar essa planta".
"A conversão a produz Deus, que é o único que pode mudar as vontades humanas, e Ele nos convida neste tempo de graça a colaborar ativamente nesta tarefa, em nós e nos outros", assegurou.
Recordou que para isso a Igreja recomenda enfatizar a oração, o jejum e a esmola. "Cuidar durante este tempo todos os atos de oração: a missa, o perdão, as devoções, de maneira que alimentemos um clima de fé, de onde brote todo o resto. O primeiro chamado da conversão é o de voltar para Deus, aproximar-nos mais a Ele", afirmou.
Indicou que "o jejum consiste em privar-se inclusive do necessário, para abrir a mente e o coração a Deus, despojados para ouvir sua voz. E pelo jejum, abrir nosso coração às necessidades de outros".
"O jejum nos capacita para a relação com Deus e para a relação com outros. Em definitiva, o jejum rompe o egoísmo que nos encerra em nós mesmos, o jejum faz-nos livres e capazes de amar. O que muitas vezes nos parece imprescindível, pela mortificação e pelo jejum podemos desprender-nos disso, ajudados sempre pela graça de Deus", assegurou.
Dom Fernández afirmou que um homem com o coração livre "sai ao encontro das necessidades de outros, transbordando-se na caridade".
"Se Deus nos ama tão generosamente, como não amar também na mesma linha a nossos irmãos. Colocar-nos ao lado de quem sofre compromete nossa existência, e faz-nos crescer no amor. Esta é a misericórdia que Deus quer", finalizou.